arte engajada e antropologia

Arte engajada e Antropologia

2017 (2º semestre) Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil

Seminário Temático ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social

Objectivos:

Este disciplina visa efetuar uma revisão abrangente das principais ideias que têm centrado, nas últimas décadas, os debates sobre arte, política, compromisso social e dinâmicas de intervenção. Revisitaremos um conjunto de contribuições de autores destacados dos âmbitos da antropologia, dos estudos da performance, da teoria crítica cultural e ainda do ativismo político, para enquadrar e contextualizar este movimento em direção a uma arte socialmente comprometida. A expressão socially-engaged art emergiu nos anos 60 como uma alternativa ao sistema das artes baseado na produção de objetos e no formato da exposição. Procurando uma ruptura com a negatividade e a estética do choque, muitos artistas, ativistas e outros agentes culturais começaram a tentar inserir a produção artística em iniciativas sociais. Esta emergência levou a repensar pressupostos estéticos e culturais tais como os da comunidade, a autonomia da arte, a sua duração, a sua finalidade social, o potencial da colaboração e da participação, e o papel ativo das pessoas que participam em projetos criativos.

Arte engajada constitui hoje um elemento fundamental do vocabulário da arte contemporânea, estando presente em qualquer contexto e sendo adotado (não sem controvérsia) por museus, bienais e galerias, e estando presente também em programas de financiamento e eventos diversos. Por outro lado, várias atividades de cruzamento entre universos académicos e cívicos/ativistas se multiplicam e revelam que este tema tem um espaço e um público muito considerável, notadamente em situações decorrentes de uma certa crise de representatividade política e identitária, em contextos de subalternidade e de exclusão e em práticas de empoderamento e resistência. Uma Antropologia do presente reclama seguramente uma atenção a estas temáticas e uma reflexão que permita pensar de forma crítica estes processos sociais contemporâneos.

A avaliação do curso será feita através da participação do/as estudantes nas aulas, animando um seminário de discussão de textos e escrevendo um ensaio final.

No final do curso será proposto um trabalho (voluntário) de natureza artística com enfoque antropológico sobre tema a definir pelos participantes e que resultará numa performance (baseada num mapeamento crítico) com apresentação pública.

Alguns links importantes para consulta:

Field – a Journal of Socially Engaged Art Criticism 

Marcelo Exposito – artista e ativista

Dossier sobre artivismo – Cadernos de Arte e Antropologia

Red Conceptualismos del sur – plataforma de investigação (em Madrid)

Mujeres Creando – colectivo artístico e ativista boliviano

LeftHandRotation – colectivo artístico e ativista (atualmente residentes em Lisboa)

Iconoclasistas – colectivo artístico e ativista argentino

 

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